O período chuvoso considerado acima da
média, que atinge o Litoral e também chegou ao Sertão paraibano durante
este ano, tem uma explicação: o fenômeno El Niño, considerado um dos
mais fortes dos últimos tempos em todo o mundo, mas que contribuiu para a
formação de chuvas no Nordeste, especialmente na Paraíba. O El Niño
chegou ao fim, mas outro fenômeno, conhecido como La Niña, deverá
começar até agosto deste ano e poderá aumentar ainda mais os índices de
chuva no estado.
De acordo com o meteorologista Alexandre
Magno, da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), o El
Niño é conhecido pelo aquecimento anormal da temperatura do Oceano
Pacífico, causando mudanças na distribuição dos ventos e das chuvas em
todo o mundo, provocando seca em alguns locais e aumento de chuvas em
outros.
“O El Niño já acabou. O fenômeno tem
consequências globais e poderia trazer certos prejuízos em termos de
chuvas para a Paraíba, mas não foi o diagnosticado neste ano. No
Nordeste, o que tivemos foi um efeito contrário de El Niño. Na Paraíba, o
fenômeno contribuiu para deixar as chuvas acima da média para o período
em cerca de 40% a até 60% do estado”, contou Alexandre.
Ainda segundo o meteorologista, com o
fim do El Niño, o planeta vive um momento de neutralidade de fenômenos
atmosféricos e oceânicos. Porém, a previsão é de que dentro de 90 dias
ocorra o La Niña, um novo fenômeno que tem efeitos contrários ao El Niño
e é caracterizado pelo esfriamento anormal das águas do Oceano
Pacífico, causando efeitos benéficos para a Paraíba.
“Por enquanto, estamos em período de
neutralidade, mas já é certeza que o La Ninã vai ocorrer em até 90 dias
porque já existe um resfriamento das águas do Pacífico Tropical. Com
isso, como estamos em período chuvoso no Litoral e com chuvas acima da
média, a tendência é de que se permaneça nesse patamar até o fim do ano.
No Sertão, as chuvas devem ficar esparsas e fracas, mas é dentro da
normalidade para o período”, concluiu Alexandre Magno.