A
força-tarefa dos procuradores da Operação Lava Jato entrou ontem (13),
na Justiça Federal em Curitiba, com uma ação de improbidade
administrativa contra o presidente afastado da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a mulher dele, Cláudia Cruz, o ex-diretor da
Área Internacional da Petrobras Jorge Zelada e mais dois investigados.
De
acordo com o MPF, Cunha foi beneficiário de pelo menos US$ 1,5 milhão
de propina da PetrobrásArquivo/Wilson Dias/Agência Brasil
Na
ação, os procuradores pedem que Cunha seja condenado à devolução de R$
20 milhões, montante referente a valores movimentados em contas não
declaradas no exterior, além da suspensão dos direitos políticos por dez
anos. Se condenada, a mulher de Cunha deverá devolver o equivalente R$
4,4 milhões por ter sido beneficiada por valores depositados em uma das
contas.
De
acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Cunha foi beneficiário
de pelo menos US$ 1,5 milhão de propina oriunda de um contrato de
exploração da Petrobras no campo de petróleo em Benin, na África, em
2011. Na época, a Diretoria Internacional da estatal, responsável pelo
contrato, era chefiada por Jorge Zelada, que está preso por causa das
investigações.
Para os investigadores, o valor foi recebido pelo parlamentar em contas de trusts e offshores não declaradas na Suíça.
"Era
tamanha a intenção do deputado federal Eduardo Cunha em ocultar a
titularidade das contas mantidas na Suíça, que, em formulário próprio,
solicitou encaminhamento de correspondência da instituição financeira
para endereço nos Estados Unidos, sob alegação de que o serviço postal
em seu país de origem não seria confiável", afirmam os procuradores.
A
ação por improbidade contra Cunha tramita na Justiça Federal por se
tratar de matéria civil, que não tem relação com as imputações penais,
que estão no Supremo. De acordo com a Constituição, parlamentares tem
foro privilegiado no STF em questões criminais. A ação criminal contra
Cunha deverá ser julgada pela Corte na semana que vem.
Bol