De acordo com o jornal, uma parte do
dinheiro do esquema investigado na Operação Lava Jato teria sido
utilizado para abastecer a campanha de Henrique Eduardo Alves ao governo
do Rio Grande do Norte nas últimas eleições, em 2014. Na ocasião, Alves
foi derrotado.
Janot afirmou ainda que a negociação
também envolveu o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Cunha e Alves teriam
atuado para beneficiar empreiteiras no Congresso Nacional em troca de
doações.
Ainda segundo Janot, “houve, inclusive,
atuação do próprio Henrique Eduardo Alves para que houvesse essa
destinação de recursos, vinculada à contraprestação de serviços que
ditos políticos realizavam em benefício da OAS […] Tais montantes (ou,
ao menos, partes deles), por outro lado, adviriam do esquema criminoso
montado na Petrobras e que é objeto do caso Lava Jato”.
Henrique Eduardo Alves foi ministro do
Turismo na gestão da presidente afastada Dilma Rousseff e agora
novamente no governo Temer.
O processo se encontra oculto e,
portanto, não é possível saber se houve decisão do STF pela abertura do
inquérito. As suspeitas são de corrupção ativa, passiva e lavagem de
dinheiro.
O pedido de inquérito cita ainda outros
nomes fortes do governo Temer, inclusive o próprio presidente em
exercício, e ainda o ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de
Governo, e Moreira Franco, secretário-executivo do Programa de Parcerias
de Investimento.
A Procuradoria-Geral da República baseia a investigação em mensagens apreendidas no celular de Léo Pinheiro.
Em nota, o ministro Henrique Alves
afirmou que todas as doações recebidas em 2014 foram registradas e
aprovadas pela Justiça Eleitoral.