– Uma semana depois da denúncia
de que a Folha de S. Paulo publicou uma pesquisa forjada para alavancar o
interino Michel Temer e tentar consolidar o impeachment da presidente
Dilma Rousseff, vendendo a tese de que 50% dos brasileiros defendem a
permanência do vice, quando o número real é de apenas 19% (leia aqui),
a ombudsman do jornal, Paula Cesarino Costa, reconheceu que tanto a
publicação como seu instituto de pesquisas erraram e persistiram no erro
(leia aqui).
"A meu ver, o jornal cometeu grave erro de avaliação.
Não se preocupou em explorar os diversos pontos de vista que o material
permitia, de modo a manter postura jornalística equidistante das
paixões políticas. Tendo a chance de reparar o erro, encastelou-se na
lógica da praxe e da suposta falta de apelo noticioso", disse ela, ao
comentar a decisão da Folha de não publicar que 62% dos brasileiros
defendem a renúncia de Temer e novas eleições – ao contrário disso, a
Folha publicou, de forma errônea, que apenas 3% querem novas eleições.
"A reação pouco transparente, lenta e de quase
desprezo às falhas e omissões apontadas maculou a imagem da Folha e de
seu instituto de pesquisas. A Folha errou e persistiu no erro", disse
ainda Paula, sobre a posição assumida por Sérgio Dávila,
editor-executivo do jornal.
Paula, no entanto, não tocou no ponto central: o erro
parece ter sido deliberado para favorecer o impeachment da presidente
Dilma Rousseff e manter no poder um presidente impopular, que promete
impor uma agenda de reformas econômicas defendida pelos donos da Folha.
Ou seja: ao que tudo indica, não foi um simples acidente de percurso,
mas uma manipulação proposital da opinião pública.
Brasil 247