
Ter
um mínimo grau de instrução é fundamental para o exercício do cargo
político, seja para o cargo de prefeito, vice-prefeito ou vereador. Na
Paraíba, para as eleições deste ano, pelo menos 247 candidatos
declararam à Justiça Eleitoral que sabem apenas “ler e escrever”. No
país são quase 10 mil pessoas disputando um cargo eletivo, sem o mínimo
domínio da língua portuguesa.
Dos
247 candidatos registrados, pelo menos quatro disputam o cargo de
prefeito. Além de Edgar Gama (PSB), que disputa a prefeitura de Belém,
também declararam saber apenas ler e escrever o candidato a prefeito em
Casserengue, Dinda (PSDB); em Caturité, Zé João (PSD); e em Mato Grosso,
Doca (PMDB).
A
coordenadora do Departamento de Pedagogia da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), Edilene da Silva Santos, disse que o mais grave é que
essas pessoas que declararam à Justiça Eleitoral ao registrar a sua
candidatura como que sabem apenas ler escrever significa que não
passaram pela escola formal. “Aqueles que cursaram ao menos um ano do
ensino fundamental devem ter se declarado dessa forma”, afirma.
No
estado, um total de 1.324 têm o ensino fundamental incompleto. Ainda
assim, explica Edilene Santos, as informações são imprecisas, já que há
correntes de estudo que entendem que mesmo com o ensino fundamental
completo a pessoa pode ser declarada analfabeto funcional, se não tiver o
domínio mínimo de português e de maremática básica. “Até com diploma de
alfabetizado, se não souber fazer uma interpretação do livro é
considerado um analfabeto funcional”, completou.
Com-Jornal da Paraíba