O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Ricardo Lewandowski, havia marcado o início da votação no
plenário do Senado para o dia 29 de agosto, mas o Palácio do Planalto
tem procurado interlocutores no Senado, especialmente do PMDB, para
reduzir o prazo, conforme noticiou a imprensa.
Humberto afirmou nesta quarta-feira (3),
durante sessão da Comissão Especial do Impeachment destinada a discutir
o relatório de Antonio Anastasia (PSDB-MG), que a pressão de Temer
sobre o Senado é clara e completamente indevida.
“Os jornais trazem a informação de que
Temer quer que a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
só ocorra após a votação do impeachment de Dilma. E essa pressa tem uma
justificativa: o presidente está com medo porque Cunha pode provocar uma
hecatombe no seu governo biônico, denunciando todas as falcatruas que
sabe sobre ele e seus integrantes”, disse.
O parlamentar acredita que o Senado não
vai, de forma alguma, ceder a esses caprichos do governo, “até porque
todos nós sabemos o que está por trás disso tudo”. Segundo Humberto, o
argumento de que a “demora” na apreciação da denúncia contra Dilma
agrava a crise do país é falsa, porque a única coisa que a oposição fez
desde a eleição de Dilma, na avaliação dele, foi agravar a crise.
“Não deram a ela um dia de tranquilidade
para que pudesse governar este país. Por outro lado, não se trata de
votar logo o impeachment para que Temer possa ir ao G-20 no começo de
setembro. Isso é uma bobagem. Ele pode ir como interino. O que está por
trás disso é um acordão que envolve Eduardo Cunha, porque Temer tem medo
da delação dele”, ressaltou.