“Eu tinha perdido metade dos meus
eleitores porque votei pelo impeachment; agora perdi a outra
metade porque votei para que a Dilma vá embora para casa, sim, porque
ela iria destruir o Brasil, mas que, se daqui a dois anos os gaúchos
quiserem elegê-la, elejam”, disse o senador. Ele considera que “as
pessoas querem vingança” contra a ex-presidente petista.
Buarque afirma que essa é uma “posição
muito antiga” sua: “acho que a gente cassa o mandato, não cassa os
direitos”. O senador defende que a mesma regra seja aplicada ao deputado
federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no STF em denúncias de corrupção,
lavagem de dinheiro, entre outros, e cuja cassação será julgada pelo
plenário da Câmara.
“Eu acho que Eduardo Cunha já deveria
ter sido cassado há muito tempo, já que os eleitores do Rio o elegeram e
não deveriam ter eleito. Mas agora, se a gente cassar, não tem por que
cassar o direito de o eleitor votar nele, não”, defende Cristovam
Buarque.
Para justificar a tese, Buarque
argumentou: “eu defendo que deputado e senador tem que cassar seus
deputados e colegas quando ocorrem desvios éticos. Mas eu não defendo
cassar os direitos políticos. Eu defendo cassar o mandato. Você cassa o
mandato, mas na próxima eleição deixa o eleitor decidir se quer ou não”
Buarque também brincou com a
possibilidade de Dilma arrumar um novo trabalho no serviço público: “O
Brasil está tão carente de mão de obra. Ela tem experiência, deixa ela
arranjar um emprego”.