Tião Lucena

Eu
gosto de Lula e disso não faço segredo. Gosto tanto que já votei nele
duas vezes. Na primeira vez que disputou não votei, confesso. Estava
collorido e integrado às carreatas de Collor. Foi naquela eleição que a
moça cuspiu na minha cara durante uma carreata de Fernando. Ela não
entendia como seu tinha a coragem de trocar Lula pelo caçador de
marajás. Como eu a convidei a fazer o inverso, ofendeu-se e me cuspiu. E
não me bateu porque fiquei calado. Pense numa morena braba!
Mas
voltando a Lula, tenho para mim que ele está meio coisado. Na defesa
apresentada à imprensa para contestar a convicção culposa do Procurador
Federal, ele disse que o político é mais sacrificado do que o
funcionário concursado, pois, mesmo sendo ladrão, sai às ruas para
enfrentar o povo de quatro em quatro anos, enquanto o concursado passa
no concurso, assume o emprego e vai viver na boa vida.
A
diferença do político para o concursado, Lula não disse, é que o
primeiro entra na política e dela sai quando quiser ou quando o povo não
o quiser mais, enquanto o concursado abraça uma carreira, rala feito um
fela da puta para passar no concurso e trabalha até completar os 70
anos para fazer jus a uma aposentadoria.
E
se o concursado roubar, como roubam os políticos, responde a Processo
Administrativo Disciplinar e perde o emprego, saindo com uma mão na
frente e outra atrás, sem direito a qualquer adjutório.
O
político corrupto, ao contrário do funcioinário concursado, é cassado,
mas fica sendo um cassado rico, milionário, triliardário, com conta na
suiça e iate em Copacabana pra encher de rapariga chique e ir fazer
bacanal em alto mar.
Não tem comparação. Lula desta vez escorregou no tomate.