Por Machado Freire*
É claro que milhões de brasileiros e telespectadores da Globo mundo
afora, têm um grande carinho pelo “Santo” da novela Velho Chico. Ele nos
deixa hoje com muitas saudades de uma “personagem real” e moralmente
necessária no momento em que o Brasil vive os piores exemplos de
bandidagem na política dos nossos dias.
Quantas pessoas sérias e guerreiras gostariam de desempenhar em vida o
papel desse ator que entrava todas as noites nas casas de milhões de
“noveleiros”. Um “passa-tempo” que alivia as cabeças dos pais e mães de
famílias neste País onde a corrupção campeia e não parece acabar nunca!
O profissional, o ator propriamente dito, deixa de existir e os
telespectadores passam a “incorporar” a figura da personagem, e que
personagem. Tomara…
Um sertanejo destemido, um homem que defende os trabalhadores rurais e
que se impõe ao coronelismo de um um tal “Sarúê”. Um coronel que ainda
hoje é encontrado nos quatro cantos deste sertão velho corroído pela
imoralidade de políticos que insistem se perpetuar no poder. E a lei
ainda ampara os chamados “fichas-sujas”, muitos dos quais reincidentes
contumazes, de pai para filho.
Santo e seu irmão Bento, um vereador que deve servir de exemplo deverão
ser lembradas e poderão ser imitados, tão significativos são as
atitudes e lições deixados por eles na Velho Chico.
Rendo minhas homenagens, meus sentimentos mais doídos à memória do ator
Domingos Montagner, aos seus colegas atores e familiares (viúva e três
filhos) que acabam de perder um grande profissional que deixa um legado
extraordinário dada a sua destacada atuação em circos, teatros, cinema e
na televisão.
*Machado Freire é jornalista serra-talhadense, responsávvel pela Folha do Sertão, e emitiu artigo ao blog