François
Patrick Nogueira Gouveia, assassino confesso de uma família paraibana
em Pioz, na Espanha, se encontra na prisão de Alcalá Meco, em Madri.
Patrick se entregou à polícia espanhola na quarta-feira (19), e prestou
depoimento na sede da polícia de Guadalajara – região onde ocorreu o
crime – na quinta-feira (20). Trechos do depoimento foram divulgados
pelo portal espanhol ‘Antena 3’. Patrick contou a cronologia do crime,
algumas motivações, alegou “problema na cabeça”, e deu detalhes sobre o
quádruplo assassinato. O jovem teria se sentido abandonado pelo tio, e
essa seria a possível motivação do crime.
Ao
longo do depoimento, nota-se que Patrick queria vingar-se de seu tio,
Marcos Nogueira, por ele ter lhe abandonado depois de contínuos
problemas de convivência. “Queria que ele visse o que tinha feito, e
sentisse uma profunda dor”, declarou. No mesmo dia do crime comprou ele
dois pacotes de sacolas de lixo industrial, uma faca e fita adesiva.
Patrick
disse que foi ao chalé em Pioz (Guadalajara) com duas pizzas para
convidar Janaína Santos Américo, esposa de Marcos, para comer, e foi
assim que ela abriu a porta. O jovem comeu junto com Janaína e as
crianças. Ele atacou a mulher pelas costas quando ela estava recolhendo a
mesa. “Depois de matar Janaína juro que tenho um vazio, não me lembro
de nada. Não sei como matei as crianças, sou incapaz de lembrar. Depois
só lembro dos corpos dos três na cozinha”, contou.
Posteriormente,
seu tio Marcos chegou em casa e, segundo o depoimento, aconteceu o
seguinte diálogo. “O que tu faz aqui?”, perguntou Marcos. “Vim comer com
tua mulher e filhos”, respondeu Patrick. “Tudo bem?”, perguntou
novamente o tio. “Muito bem, vem comigo para a cozinha que os três estão
lá”, convidou o jovem.
Patrick
disse que ao ver sua esposa e filhos mortos, Marcos entrou em estado de
choque. Com isso, ele começou a golpeá-lo e seu tio foi incapaz de
evitar as facadas. “Não queria matá-los, mas tenho um problema na
cabeça. Um instinto assassino, algo que vem de dentro e não posso
controlar, tive uma raiva incontrolável”, declarou durante a confissão.
Sua
intenção era desaparecer com os corpos. Ele afirmou a Guarda Civil
espanhola que esquartejou os corpos porque não conseguiria
transportá-los e colocá-los em bolsas. “Foi uma questão instrumental”,
pontuou. “Os embalei e deixei na casa, próximos a porta para levá-los no
dia seguinte. Antes, limpei logo a casa. Quando acabei, tomei um banho e
fui dormir um pouco”, detalhou.
“Me
encontrei com um problema. Os corpos pesavam muito. Não tinha forças
nem para carregá-los um por um”, revelou Patrick. “Me ocorreu de usar o
carrinho de bebê para carregá-los aos campos que tem perto, mas sair
seis vezes com uma bolsa verde e passar na frente da guarita de
segurança chamaria muito a atenção. Dei muitas voltas no assunto
tentando encontrar a resposta. O melhor foi carregá-los em um carro e
levá-los, mas não sei dirigir”, declarou. Fonte: JP Online